O destino não deixou dúvida: a agropecuária está no DNA de Cássia Luzia Romão Defendi (57). À frente da fazenda Vovó Dolores, em São José do Rio Claro, no MT, ela herdou dos pais, avós e bisavós a paixão pelo gado e, hoje, administra com maestria os negócios da família.

Na fazenda, faço de tudo. Dou ordens, ando a cavalo, olho o gado, compro, vendo…”, diz ela, cujo dia começa cedo. “De manhã vamos arrear os cavalos para olhar o gado, pois temos vacas parideiras e precisamos ficar atentos aos bezerros que nascem. Colocar trato nos cochos, correr as cercas para ver se está faltando algo, dar remédio…”, diz ela, que conta com o apoio do filho, Neto, e dos funcionários para dar conta de todo o processo.

Exemplo de liderança feminina na região, Cássia procura ter pulso firme nos negócios, mas nunca deixa de lado o respeito e a humildade.

Enfrento barreiras e preconceitos. Quando vendo ou compro gado, por exemplo, geralmente preciso tratar isso com homens e, às vezes, as esposas deles não gostam. Tem também os engraçadinhos que, por me verem sozinha, faltam com o respeito”, desabafa ela, sem se intimidar.

Fico quieta, não falo nada e só penso ‘ele está achando que sou boba, né?!’. Só fica na profissão de pecuarista quem realmente é pecuarista, pois tem altos e baixos. O retorno é lento e o investimento é grande, tem que ter paixão!”, frisa ela, já ecoando suas lições às futuras gerações.

Minha neta, Maria Dolores, de 6 anos, adora esse universo. Ela vai ser a segunda Cássia! Ela gosta do gado, de andar a cavalo. Ela fala: ‘nossas vacas, vovó, nosso gado’”, finaliza ela, orgulhosa.